11 de maio de 2011

é satisfatório

Saí à rua e o vendaval bateu na minha cara, provocando-me uma liberdade que há algum tempo não sentia, ou não dava especial importância. O vendaval trouxe consigo as mais estranhas e guardadas memórias. A vontade de sentir o calor forte de determinado abraço e a junção das nossas mãos. Memórias essas que se desfizeram em repentinos instantes. Decidi então levar a minha mente para longe de tal pensamento. Deixei que se sucedesse sem esforços para, de certa forma, colocar à prova a minha força. Poder assim, ver, o quão forte estarei ao fim deste tempo e se serei minimamente capaz de desviar a minha mente de algo que outrora me fez tão feliz e tão infeliz ao mesmo tempo. E por uns míseros minutos achei-me incapaz, acabando por perceber o contrário. O esforço de todos estes meses foi notório tão repentinamente que acabei por esboçar um sorriso de satisfação e orgulho por mim. As memórias do teu rosto são-me muito escassas porém continuou a tentar avivá-las, daí o momento de hoje ter sido tão satisfatório para mim. Eu que no pretérito achei-me incapaz de sequer me levantar do chão frio onde habitei por uns longos e miseráveis dias, chegando até a meses, continuo a guardar-te no lugar onde pertencias desde o primeiro dia, mas finjo a mim mesma e aos outros que já não é assim, um dia convencer-me-ei disso tão facilmente que nem perceberei que te foste embora, do meu coração, de vez.