15 de maio de 2011

nada

Engraçado e já diz o povo, que no amor e na guerra, vale tudo. E vale mais do que aquilo que devia; o preço a pagar pelo sentimento assemelha-se mesmo ao custo da vida humana nas batalhas de espadas afiadas e corações ao vento.
Queria não te ter dado tudo, queria ter segurado no peito a minha máquina pulsante, o meu sentimento tão arrebatador como irrequieto, as minhas verdades e os meus mais ínfimos segredos, mas não fui capaz.
Quando amamos, para além de uns quantos neurónios e umas belas noites de sono, perdemos o melhor, o coração. E perde-lo é deixar que voe para outro lugar que não a nossa casa, deixar que caia e que o deixem cair, sem nunca desistir, sem nunca pestanejar.
Os teus erros transformam-se nos meus, e a culpa que devia ser tua, salta-me para as costas. Devias ter pena de mim, que carrego com toda a tua vida, esse respirar incerto e a presença inconstante do teu corpo na minha cama.
Às vezes acho que não vou aguentar, que o meu coração vai ceder e que mais tarde me desfaço em pedaços porque não estás comigo. Sonho muitas vezes com essas promessas sem fundamento, que me fazes quando me queres envolver nesses lençóis de verdades nas quais não tens fé, e nos quais me abandonas sem me dizer nada, absolutamente, nada.