22 de julho de 2011

dádiva dos deuses

Não, não digas nada. Faz uso do mesmo silêncio que ando a suportar à meses, com a esperança fútil de que o quebres de alguma maneira. E como não lhe rasgaste o véu, não o cortaste ao meio para me segredar doçuras ao ouvido, eu perdi a total esperança em que o fizesses, acomodei-me a um canto e passo a vida a contentar-me com o resto de amor que tens guardado para mim e que muitas vezes recebo como uma dádiva dos deuses.
Estou cansada, tenho a mente rasurada das ilusões que criei em mim própria, sempre que te via entrar directo às portas do meu coração, carregado de malas e bagagens e no ar sempre a estúpida esperança de que aquela fosse a derradeira vez, em que te ias encaixar no meu corpo, para sempre.