20 de agosto de 2011

tóxico


Ultimamente sobes-me à cabeça com uma velocidade astronómica, apoderas-te do lugar cativo que tens no meu coração e ficas por lá a enrolar o meu cérebro no teu novelo de lã, como se isto fosse tudo teu.
Eu sei que não devo ver-te, sei que não posso estar perto de ti porque me matas sempre mais um pouco, porque és nocivo para a minha saúde e podias muito bem ter um rótulo na testa a informar o quão tóxico és. E eu, eu devia fugir de ti e não permanecer no papel do rato que se apaixonou pelo gato e agora não sabe o que fazer.
Não batas mais à minha porta, não procures o meu colo nem os meus mimos, sabes que nunca te neguei abrigo. Sabes que o meu coração é fraco e deita tudo a perder e eu não posso deixar ruir o que tanto me custou a construir na tua ausência. Foge meu rapaz, vai para longe e procura alguém para brincar ao toque-e-foge, porque eu estou cansada, tenho as pernas atadas pelo tempo e não me apetece continuar a correr atrás do teu coração. Não que o meu amor seja fraco, eu é que já não consigo ser forte.