4 de agosto de 2011

raça



Continuas aqui, sobre as linhas que escrevo, a espalhar o teu perfume sobre as letras, sobre o papel, sobre a nossa cama. És um sacana, um autêntico bandido. Rasurar-te era o que eu queria, mas faltam-me a força e a coragem em simultâneo.
Foste uma bela página do meu livro, fizeste questão de amarrar o teu nome aos meus neurónios para que nos dias mais frios eu me sentisse uma autêntica psicopata por te desejar sobre o meu corpo. E às vezes ainda te vejo, mesmo quando já partiste, a acenar-me do outro lado da janela, sempre com o mesmo sorriso de quem se está nas tintas prá vida, e para mim.
Tonta sou eu, eu e todas as princesas do mundo por esperarem por fraudes como tu. Sim, porque existem mais da tua raça, de focinho pequeno e coração esburacado, com a cauda bonita e de latir encantador. O pior é quando quebram a trela e fogem, em busca de um novo osso.